|
1 ...
7891011121314
|
Celso, goataria de ter tido essa oportunidade de estar nas mil milhas 66 e ver a carretera 18 correndo em época "romantica"; vi-a na Oficina do Canindé em 1996. Conforme revistas 4 Rodas e Autoesporte foi superada pelos Karmanguias Porsche da Dacon. Quando lia tais revistas tinha mais curiosidade sobre as competições nacionais. Em 1968, não sei sua opinião, acabou-se o "romantismo" quando da chegada de carros Alfa, Ford e Lola nas pistas, em competição desigual com os nacionais.
|
|
Aos aficcionados pesquisar no Google a frase abaixo
3 horas de Recife em 1965
|
|
Esta mensagem foi atualizada em .
É verdade, Aldo. Vi muitas vezes, de perto, parada, desembestada, ponteando corridas, largando na frente. Algumas vezes, nas poucas corridas que participei, passando por mim VÁRIAS vezes, dando-me muitas voltas. Na verdade, de carreteira mesmo, só tinha o teto. Era praticamente um chassi tubular, com suspensão independente nas quatro, motorzão v8 Corvette de 6 ou 7 litros, não me lembro, caixa de 4 marchas, praticamente era uma ´mecânica nacional´ (monopostos derivados dos F1 da década de 50 que vieram pro Brasil) apenas com as colunas e teto de um Chevrolet acho que ano 34. Então, o parabrisa muito em pé devia atrapalhar uma barbaridade a aerodinâmica do carro. Sem ele iria andar muito mais. Dava pau em todo mundo, que eu vi. Inclusive nos Dacon (que eram 1.6 ou 2.0L). Eu acho que nunca vi os Dacon andarem na frente da 18 do Camillo. Tinha rodas raiadas de F1 antigo, cubo rápido, era um avião, e virava passeando abaixo de 4 min, no antigo traçado de Interlagos (muito mais legal que essa porcaria atual). Pra vc ter uma idéia, o Jaime, de Simca 26, o que mais andava dos da fábrica, virava em 4:08, pindurado. Na freiada do Sargento (pra mim a pior curva de Interlagos), o Camillo puxava uma segunda, dava um retrocesso no veoitão que parecia que ia chupar o asfalto pra dentro do motor... A gente, nos Simca particulares (o 89 do Ruy Santiago que eu classifiquei pra uma 6 Horas de Interlagos), virava na classificação em 4:22s, se pendurando quinem louco. Acho que o melhor tempo da 18 do Camillo deve ter sido próximo a 3:30s, acho, não me lembro bem. Pra dar pau na 18 do Camillo, que eu vi, só quando chegaram as Abarth. Mesmo assim, não era tão fácil não, porque na arrancada, saída de curvas e final das retas a dezoitona (era até pequena, baixinha, vc não tem idéia!, com uns rodões atrás) levava as Abarth. Dava gosto ver. Teve uma 1000Milhas, ou 1600km de Interlagos, acho que foi essa de 66, que os Malzoni iam fazer os 4 primeiros, mas ela foi comendo, comendo, um por um, e acabou ganhando. Foi muito legal... Bons tempos. (estou só na memória, que já está com o HD cheio, claro, pois estou com 70... e devo estar fazendo algumas confusões. Nos sites aí vc depois checa as informações).
Os Alfa da Jolly andavam muito, mas tomavam pau dos Alpine, Abarth e das carreteras mais brabas. Era gozado, porque os Giulietta faziam todas as curvas em três rodas, porque uma traseira sempre saia do chão. Eram do Gancia, do Zambello, e de outros lá. Depois vieram as Zagatto, que andavam muito mais. As Lola eu vi duas: uma T210, com o Emerson, e outra T70 com o Wilsinho irmão dele. O Emerson tocava mais que o irmão, e fez misérias com a T210. A T70 era pesadona, fechada, e precisava mais braço pra tocar. O Wilsinho ia bem com ela. Já lá perto dos anos 70 eu vi também uma BMW aberta, conversível, que andava muito. Quem brincava com ela era o Fritz D’Orey, já meio coroa. Aquele mesmo que ganhou um 500 km de Interlagos, num monoposto F1 de motor dianteiro, acho que em 57 ou 58... Eu vi também, era piazinho. Mas o maior homem show que vi em Interlagos foi o Bird (Clemente). Ele só andava de lado, em todas as curvas. Era lindo de se ver. Só que não adiantava nada, fazia tempos piores que os outros pilotos da Willys, e ainda gastava mais pneus. Mas que era lindo de se ver, isso era. Pra terminar, o maior piloto de turismo que vi na minha vida chamava-se Cyro Burjatto Cayres. Casado com um Simca 44, ele pensava, o carro fazia. Inigualavel! E era fino, educado e atencioso, pelo menos comigo, que era um garoto bobinho e chato, querendo ser piloto...
Abraço,
Celso
|
|
Celso
. Rara oportunidade esta de ver "ao vivo e a cores" a carretera 18. Tenho dois posters sobre a trajetória do Camilo, um dos anos 50, uma carretera aberta(parece que tinha motor Ford, cabeçote Ardum) e outra da 18 que você viu. O Camilo Filho ficou com exemplar de cada um deles, relatando que a figura do Lobo que aparece no carro foi devido sua sugestão ao pai, quando criança lia os "gibis" e gostava do personagem.
|
|
Marcelo
. Este carro pode ser que tenha ficado com o piloto Jaime Silva e talvez seja o mesmo que tenha participado das mil milhas de 1966(a Crysler já tinha fechado o departamento de competições, talvez pelo fiasco na Argentina). Nesta prova o Jaime Silva e o Toco correram como pilotos independentes,
portanto, o destino do veículo pode ter sido ao piloto acima já que não havia mais o departamento mencionado.
OBS 1:- As descrições sobre carroçaria encurtada, freio a disco nas 4 rodas, 4 carburadores, chapa leve,
encontra-se em Revista Autoesporte.
OBS 2:- Pesquisando no Google a frase "3 horas de Velocidade em Recife em 1965" veja se aparece foto
frontal da carretera
|
|
Celso, você descreve tão bem que deveria fazer as crônicas das corridas das quais participou. Acho que seria um tesouro.
Falando em tesouro, e seguindo a dica do Aldo, essa foto das 3 Horas de Recife, vencidas pelo Jaime Silva em 1965, vale a pena. O curioso é que a carroceria é até 63, mas a grade já é Tufão.
|
|
Esta mensagem foi atualizada em .
Celso, por favor, coloque todo esse seu conhecimento num livro para a
eternidade. Arrepiei-me aqui só de pensar no espetáculo que eram essas
corridas.
Bom ter pessoas como você para nos contar de forma simples, mas ao mesmo
tempo instigante.
Espero poder te conhecer num desses encontros por aí.
|
|
Esta mensagem foi atualizada em .
Obrigado a vocês, que são muito generosos nos elogios. Caso fizesse algum livro, ou coisa que o valha, teria muito mais forma que conteúdo. De fato, de verdade, eu fui apenas um piacito pentelho que ficava lá futucando, nos boxes, e quando consegui fazer o primeiro Curso de Pilotagem Marazzi, do saudoso Expedito, fui o primeiro colocado tanto nas aulas teóricas como nas práticas de Interlagos. Quem me levou lá foi meu cunhado, Ruy Santiago. As aulas práticas eram feitas no Simca Rallye preto dele, lindíssimo, um dos carros mais lindos que já vi e dirigi na vida. Ele tinha um baita ciúmes, mas eu baixava a bota. O exercício era simples: arrancar na faixa de largada em frente aos boxes, baixar a bota, fazer a Curva Um e parar um pouco antes da Dois. Daí marcavam os tempos e Expedito analisava a entrada e saída de curva. Eu saia de pé em baixo, primeira, segunda, terceira, me aproximava da Um, continuava de pé em baixo, abria bem, tangenciava, saia, tudo de pé em baixo, a Rallyzona queria escapar, eu ia consertando, e tudo o mais. Depois soube que todo mundo aliviava pra entrar na Um, davam um toquezinho no freio, de leve. Eu não queria nem saber, pesão embaixo o tempo todo. Tomei um belo esporro do cunhado, e o Marazzi rindo: ´esse menino vai longe!´. Fui nada... Pra mim era um sonho dirigir aquele Ralizão preto, lustroso, com aquela frente lindíssima com as duas tomadas de ar circulares no capô. Rodas com calotas raiadas imitando ´cubo-rápido´. Dentro as três marchas na coluna, onde a segunda ia até 80km/h, o que era um feito. Uma delícia. Numa segunda, quando se tirava o pé, o retrocesso do V8 cantava tão bonito e era tão poderoso que eu imaginava que ia até chupar os gatos que estivessem por perto! O contagiros adaptado era Turotest (se lembram disso?). Daí, porque achavam que o molequinho magricelo e asmático era meio despirocado da cabeça e tocava bem, alguns colegas de Curso me chamaram pra participar de algumas corridas de longa duração (com duplas de pilotos). Eu sempre é que fazia os tempos de largada, kkkk. Mas não deu certo, pelas razões que já expus (extrema dureza, falta de bons amigos no meio, falta de QI –quem indica, etc.). Mas foi legal, enquanto durou. E hoje vejo vocês tão entusiasmados com os feitos do velho e bom Simca, fico pensando que deve então ter valido a pena, porque vejo também que não estava sozinho...
A foto da carretera que foi da fábrica (era totalmente vermelha, teto rebaixado, faróis imitando Berlinetta, etc.) está ótima. E nosso ´uniforme´ de corrida era aquele mesmo: calça enfiada nas meias (normalmente se usava calça Lee- mas essa marca era só pros riquinhos, a minha mesmo era FarWest...), camisa de Ban-Lon (olha que perigo, era de fio sintético, se pegasse fogo, tava lascado), luvinha com dedos cortados, capacete daquele tipo da foto, cuja melhor marca era Bell (uma esnobação), e eu usava um emprestado do meu cunhado. O primeiro cara que vi de macacãozinho de brim, todo coloridinho, meio aviadado até, foi o Rato (Emerson). Logo depois TODOS os pilotos oficiais de fábrica (DKW, SIMCA, WILLYS, e até ALFA-JOLLY), mais os pilotos mais granfinos (havia muitos...), usavam macacões. Eu nunca tive um. Não havia cintos de segurança, e o Santo António fazíamos só pra enganar o fiscal, porque não protegia coisa alguma. Por isso morria tanta gente, naquele tempo...
Bom, é isso aí, meus Amigos novos, de uma vida inteira...
Celso.
Ricardo Bifulco5 de dezembro de 2013
Carretera Simca Tufão (teto rebaixado, duas portas,e entreeixos encurtado e rodas/pneus de Simca Abarth) com a qual Jayme Silva estreou o carro, vencendo as 3 Horas de Velocidade do Recife em 1965. Pintura envelhecida.
Obs: Na realidade as lanternas traseiras deveriam ser a do Simca Tufão, mas eu optei por manter a do Chambord mesmo.
|
|
Quer dizer que o Emerson foi pioneiro até no uso do macacão ...
Nunca fui de ser fã porque não sou muito chegado nesse negócio de ter ídolos, acho uma pobreza de espírito e uma alienação total. Mas do Emerson eu sempre gostei muito, acompanhava as transmissões da F-1 e vibrava com as suas vitórias. Pena a atual situação financeira dele, se eu fosse milionário ajudava de alguma forma, comprava os carros e deixava com ele, sei lá.
Celso, você não tem que agradecer. Não estou elogiando, mas sendo sincero: você escreve bem e transmite a emoção do que viveu. Acho mesmo que você deveria organizar isso e escrever as suas crônicas. Penso que seria uma contribuição valiosa.
|
|
Esta mensagem foi atualizada em .
Celso, mais forma que conteúdo? Numa única estórias, das muitas que você
viveu com certeza, conseguiu novamente nos transportar para o local dos
fatos. Esse tipo de leitura, realísticas, sem rodeios ou enrolações para
"encher" o conteúdo do livro rsrsrs, é que a história automobilísticas
brasileira precisa.
Vamos ao livro Celso, rsrsrs. O pessoal do site simca.com pode fazer uma
rifa ou vaquinha para custear a editora. Por que não?
Abraço e aguardo mais uma estória rsrsrs.
|
|
Esta mensagem foi atualizada em .
A propósito, tem alguma de Esplanada GTX?
|
|
Esta mensagem foi atualizada em .
Estória de Esplanada GTX rsrsrs?
|
|
Esta mensagem foi atualizada em .
Vejam como descaracterizaram a linha pura do velho e lindo Simca Chambord. Já no Tufão deram uma piorada. Esse, da Chrysler, ficou horroroso. Agora, veja como o carro era de rua mesmo, o cara somente botou os números, arrancou as calotas, tirou os parachoques e as placas, e mandou ver. Sequer fez a suspensão, que claramente é de rua. Agora, te digo: a Chrysler americana estragou até a suspensão do Simca, que era um primor, pra deixá-lo com jeitão de banheirão americano, bem molão, ´confortável´. Enfim, é a ´modernidade´...
Celso
p.s.- a foto, no entanto, é histórica e deve contar uma história muito legal dos protagonistas dela. Não lhes tiro o valor, de jeito nenhum!
|
|
Além disso, eu imagino que o GTX nesse circuito de rua foi prejudicado pela caixa de 4 marchas. Esse circuito foi improvisado no estacionamento do estádio do Mineirão. Não tinha reta alguma, então eu acho que ficou bem ruim pra ele com 4 marchas. Eram várias curvas e subidas fortes em sequência, com a caixa de 3 marchas ficaria bem melhor.
|
|
Esta mensagem foi atualizada em .
Na verdade, a única coisa boa do GTX, realmente, era a propaganda dele feita pela Chrysler, com uma louraça maravilhosa num GTX vermelho. Aquilo sim, era uma peça rara!
|
|
Esta mensagem foi atualizada em .
Vão lá as propagandas do GTX. Havia um filme, de televisão, com a tal Louraça, mas não consegui achar. Realmente, por dentro, o carro ficou mais legal. Mas...
E, pra quem gosta de Simca, pra mim a matéria mais completa sobre Simca jamais publicada é esta: http://www.retroauto.com.br/chambord_39.htmlÉ de babar e chorar, de saudades. Muitos de vocês já devem conhecê-la.
Abraços,
Celso
|
|
Caros Simquistas
. Seguem alguns dados da carretera Simca nº 26 e da prova I Três horas de Velocidade em Recife, em 14/03/1965, em ruas da cidade universitária, vencida pelo Jaime Silva, da Revista AE nº 6 de Abril de 1965.
. - Carroçaria cortada com 2,50 m entre eixos
- 10 cm mais baixa que o modelo normal
- Equipada com rodas de magnesio e Pneus Dunlop Racing 600x16
- Caixa de mudanças de 4 marchas à frente(Provavelmente do Corvete, conforme relato
do piloto Toco a uns 5 anos atrás em sua oficina)
- Freios à disco nas 4 rodas
- 4 carburadore Weber 36 vertical
- Peso por volta de 1500 Kg
OBS:- Nesta prova estreiou o DKW Malzoni nº 9 com o piloto Marinho, de 680 Kg carroçaria em fibra de vidro, motor grupo 3, pistão 68
. Nos treinos Jaime virou em 1m e 45 s e Marinho em 1m 49s. Na prova Marinho saiu na frente, Jaime logo atrás, sendo que o primeiro quebrou a embreagem.
Classificação:-
1º Jaime Silva Simca nº 26, 97 voltas
2º Francisco Lameirão DKW nº 11, 91 voltas
3º Claudio Bandeira DKW nº 4
4º Gege Bandeira DKW nº 10, 88 voltas
|
|
Muito interessantes esses dados, Aldo. O DKW bem preparado e bem conduzido devia dar mesmo muito trabalho, justificando o seu nome em alemão (pequena maravilha mecânica ou algo parecido).
Pneus aro 16 ?
Freios a disco nas 4 rodas, que maravilha!
4 Weber, esse motor devia sugar gasolina. Imagine a arrancada, a retomada e a final com esse conjunto em cima de um motor Super Tufão bem preparado.
Certa vez um amigo que foi mecânico em concessionária me disse que tinha pistons de competição, eram bem mais largos, ele chegou a falar o diâmetro, mas eu não me lembro. Devia ser no limite do bloco.
Agora, essa carretera devia andar pra caramba. Como seria bom pilotar esse carro!
Depois apareça lá no tópico sobre o evento em São Caetano, para não misturar assuntos. Passei um e-mail para o Walter Hahn, mas seria bom você dar uma força para ele aparecer. Vai ter uma atração especial, o cara que está organizando um evento de competição em Registro/SP muito interessante.
|
|
Esta mensagem foi atualizada em .
O impressionante nos seus dados são as 6 voltas que o Jaime botou em cima do Chiquinho Lameirão, que foi segundo, e 9 voltas em cima do quarto, em apenas 3 horas de corrida... O que devia andar a Simca! Eu a vi em Interlagos, poucas vezes, quebrava muito.
|
1 ...
7891011121314
|