Re: RES: Simca nas Pistas - Pilotos, Fotos e Videos
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Tb nao sei como ter tuchios hidraulicos num motor tipo 8BA, com comando no bloco, hastes, varetas, etc. Desconheço essa possibilidade. Pode ser q o Fabinho tenha se equivocado. O que se fazia era cortar molas, carrregar os amortecedores, por um diferencial mais curto, brunir coletores, mudar gicleurs, cano de descarga, arrumar lonas de freio trançadas francesas. Essas coisas. Mas cabeçotes com tuchos hidraulicos, nunca vi. Nem nos carros de fabrica, do Cyro, Jaime, Toco, Lolli, ou os do Walter Hann, do Marazzi, do Avon, ou do Ruy Santiago.
Re: RES: Simca nas Pistas - Pilotos, Fotos e Videos
Também acho que foi uma distração, perfeitamente aceitável.
Celso, aqui em BH aprendi desde quando comecei a mexer com Simca a colocar óleo de rícino nos amortecedores dianteiros. Eles ficam mais firmes sem perder a maciez e isso pude comprovar nos muitos km que rodei em estrada com duas 63 que tive (Chambord e Rallye).
Você sabe dizer se o pessoal fazia isso também por lá?
RES: RES: Simca nas Pistas - Pilotos, Fotos e Videos
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Caro Marcelo,
Pode ser que o óleo de rícino tenha aumentado a viscosidade do óleo original dos seus amortecedores, daí a transposição de um reservatório para o outro, através de uma válvula, que é o princípio de funcionamento dos amortecedores @ óleo, se tornasse mais lenta. Daí o ´endurecimento´ do dispositivo. Seria o mesmo que aumentar a ´carga´ de óleo, sob pressão no amortecedor, diminuindo os espaços de ar existentes nos tais reservatórios, que dão o mesmo efeito de ´dureza´ na suspensão. Só que há sempre um compromisso entre rigidez do amortecedor e maciez do carro, por acho que vc tinha ´impressão´ que o carro ficava firme, continuando macio. É impossível. Aliás, é atrás dessa relação ideal entre maciez e ´firmeza´ (dureza de suspensão) que os engenheiros das grandes fábricas mais quebram as suas cabeças, na busca de uma fórmula ótima, que dê firmeza e ao mesmo tempo conforto.
No nosso tempo de Simca, era tudo de forma empírica, artesanal, tentativa e erro mesmo. Comprimíamos as molas, pra abaixar o carro, mas não dava certo, tinha que cortar. A mola cortada diminuía muito a certa maciez que o carro tinha de ter, para completar as curvas e não virar um simples carrinho de rolimã. Alguma inclinação nas curvas o carro precisa ter, para deslocamento das massas, o que determina a estabilidade do carro. Mas o dilema é quanto?, como? Daí entravam os amortecedores, que não eram a gás nem de dupla ação, como os de hoje. Então o único recurso era ´carregá-los´ para endurecê-los. Era uma epopéia. Mas vc imagine as ginásticas que faziam o pessoal das carreteras, que tinham que trabalhar com chassi pesadíssimos, suspensão por feixes de molas, eixo rígido traseiro, diferencial enorme e pesado. Alguns soldavam o eixo-satélite para as duas rodas puxarem juntas, como se fosse um ´autoblocante´ tupiniquim. Eu fiz muito isso num Fusca Divisão 3 que tinha. Pra andar na cidade, virar uma esquina, era uma luta: as rodas esterçadas não faziam o carro virar totalmente, porque as duas rodas traseiras empurravam o carro numa reta só. Era muito engraçado, cômico e trágico, porque era uma dureza de grana franciscana... Com isso nosso Div 3 virava em 4m05s, enquanto o Dacon do Moco virava em 3m59s. Pouca diferença. Só que não dávamos mais que uma volta... Mas aí são outras histórias.
Re: RES: RES: Simca nas Pistas - Pilotos, Fotos e Videos
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Celso, você explicou muito bem. Essa impressão de maciez eu fiquei com ela porque os meus carros de uso são da linha Fiat Uno e há vários e vários anos pick up Fiorino, então quando ando de Simca é uma "maciota", como dizia o meu pai.
Nenhum desse carros que tive nos últimos anos foi tão duro como a atual Fiorino 1998. O carro simplesmente não tem suspensão dianteira, quero dizer, a suspensão dianteira dá impressão de que não tem jogo algum e lembra muito o carrinho de rolimâ que você citou - tenho dois aqui em casa e de vez em quando dou umas voltinhas. A distância da dianteira para o solo é mínima, o para lama quase encostado nas rodas, bate em qualquer quebra molas se não entrar com a velocidade mínima.
Mas voltando ao Simca, com a sua descrição, que me parece bem acertada, fiquei imaginando aquela válvula do amortecedor dianteiro, que parece um disco voador, abrindo e fechando para passar o óleo. Eu usei óleo de rícino da primeira vez não por achar que seria algo importantíssimo, nem entendia nada na época e não diria que hoje entendo muito mais, mas ouvi a dica de dois mecânicos antigos aqui de BH. Não temos a tradição dos paulistas e gaúchos em corridas. Aqui nunca teve autódromo, então imagino que o pessoal improvisava bem mais do que investia dinheiro, tempo, estudos, etc. Quando estive no Sul senti a diferença, o pessoal por lá respira automobilismo.
Outro "truque" que passei a usar foi o pneu radial. É simplesmente impressionante como o carro mudou de comportamento, inclusive nas arrancadas e subidas. A tração melhorou, acho que seria a definição correta.
Penso que com os pneus radiais e com o óleo de rícino consegui aproveitar mais a excelência da suspensão do Simca. Pela minha sensação, cheguei ao equilíbrio que você tão bem descreveu entre maciez e rigidez. O carro fica firme nas retas, nas curvas e continua cumprimentando quando a gente aciona os freios com um pouco mais de força.
Não sei se o óleo de rícino resistiria a uma análise técnica mais aprofundada, em comparação com os óleos recomendados pelos fabricantes. No fundo, pode mesmo ser apenas uma impressão. Eu tinha vontade de desmontar um amortecedor montado anos antes com óleo de rícino para verificar o estado, se atacou as borrachas, enfim, ver como estava, mas infelizmente o serviço ficou tão bom nos dois carros que fizemos que eu os vendi sem precisar mexer novamente nos amortecedores.
Você falou em molas e eu vou ter um bom trabalho agora por causa de molas. Nesses dois carros que mencionei, tivemos que trocar as molas porque as do lado do motorista estavam cansadas, então os carros pendiam para o lado esquerdo. A Jangada está com o mesmo problema, então vou desmontar, mandar fazer duas molas novas e trocar. Vou aproveitar e abrir os amortecedores para verificar o estado interno, aparentemente estão bons, mas na época foram montados em oficina que usou óleo normal mesmo.
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...mas valeu pelas experiências, caro Marcelo. Poucos ousam experimentar, como vc. A maioria já quer tudo pronto. O difícil é tentar, tentar, até acertar. Reside aí o legal das coisas.
No mais, vamos tocando a vida, agora muito mais difícil e sem graça. Qualquer moleque conecta um laptop num carro, descobre os erros, regula tudo pelo computador, e ta feito. Acabou a regulagem de ponto, várias medidas de gicleurs, velas diferentes, brunimento de coletores, e por aí afora. Perdeu a graça...
No mais, é se adaptar, ou ´chorar´ o leite derramado.
Re: RES: RES: RES: Simca nas Pistas - Pilotos, Fotos e Videos
Pois é, Celso. Você tocou em um aspecto que tem me chamado muito a atenção, pois o tempo não para de passar e o espelho não mente, cada vez mais tenho mais passado do que futuro.
Como vão ser as coisas daqui a alguns anos?
Esses caras de hoje não fazem nada sem computador, é impressionante. Há um inegável avanço, por um lado, alta tecnologia, novos conhecimentos e por ai vai. Mas por outro lado há um retrocesso danado, uma perda de conhecimento.
Eu não sei explicar muito bem como percebo isso, mas acho que as coisas estão mudando rápido demais.
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Bom, Marcelo, eu acho que só resta nos adaptarmos aos dias atuais, ou sucumbir e ficar pra trás. Curiosamente eu fiz, na juventude, um bom curso de datilografia, o qual jamais pensei que fosse me ajudar tanto, ao longo da minha vida. Graças a ele consegui meus primeiros empregos e graças a ele eu hoje teclo um computador melhor que a maioria da garotada de hoje em dia. A gente tem que ir se adaptando, essa é a verdade. Com a mecânica, a mesma coisa. Não dá pra acompanhar, né? Então nos resta usufruir dos ABS, controle de tração, controle de estabilidade, e vai por aí afora. Ficou mais sem graça dirigir, mas certamente muito mais seguro. 90% das muitas porradas que dei de carro antigamente, não daria hoje, com tantos recursos...
Re: RES: RES: RES: RES: Simca nas Pistas - Pilotos, Fotos e Videos
Assim você está abrindo o baú pra valer.
Meu pai tinha uma Remington cinza e a usou durante anos. Quando comecei o atual serviço que faço, comecei treinando nela o ASDFG, conforme um belo manual de datilografia que ele tinha. Até hoje ganho a vida datilografando - ou melhor, digitando - fazendo o mesmo serviço. Também teclo rápido e sem olhar nos modernos teclados.
Dirigir carro novo é muito mais seguro mesmo. A diferença é colossal, pra melhor e para pior. Eu cito a direção hidráulica, a ergonomia, os vidros elétricos, a motorização, os freios e o coeficiente de penetração aerodinâmica como os itens que mais me chamam atenção em comparação com o Simca, que briga com o ar na estrada, é incrível como dá para perceber isso com os vidros abertos e em velocidades maiores.
Eu me sinto um privilegiado tendo um Simca para rodar por ai, nos intervalos em que posso deixar o carro mais novo na garagem. É bom demais!
Re: RES: RES: RES: RES: Simca nas Pistas - Pilotos, Fotos e Videos
Boa Noite Confrades,
Bom, eu sou suspeito para opinar sobre esta questão do "adaptar", porém, independentemente do gosto pessoal de cada um, o que vale é realizar os seus sonhos e poder curtí-los....
O Edu Malavéia citado neste tópico tem - acredite se quiser - um programa numa rádio comunitária de Belo Horizonte, a Elo FM 87,9, nas quintas-feiras às 9 horas. Mantém ainda uma web rádio própria.
creio, tal tufão de corridas estará em são caetano. contratado, o sempre colaborador ronaldo topete disse, por razões familiares, se for, será apenas por um dia, mas pedirá ao pai para faze-lo, com tal tufão, nas datas corretas.
como sugestão, além de parquear os automóveis em ordem cronologicamente crescente, os modificados, como no caso, devem ficar em grupamento próprio, como atração paralela, sem provocar confusão sobre os itens de originalidade. afinal, encontros de automóveis antigos devem ser didáticos.
O Malaveia é uma peça rara. Nome tradicional aqui em BH. Eu já liguei pra ele pedindo música para oferecer pra namorada e falei no ar !!!
É um apaixonado pela marca e lembra de um bocado de detalhes. Esse carro com o qual ele correu no Mineirão o pai, advogado, ganhou de um cliente. Ficou com a mãe. O Malaveia depenou a Rallye e foi correr com ela nas ruas, preparou o motor. É o único caso que já vi de porta abrindo durante a corrida.