Simca Ventania - Spider - Norma Bengell

[rusiq]

Leon, o "protótipo" foi o Simca Spider, também conhecido como Ventania ou Norma Bengell.
Foi vendido ao Roberto "Argentino" Gomes, que o vendeu a um desconhecido.
Segundo o GTX, em um texto aqui neste tópico, "o carro não é mais spider, mas hard top, com capota de chapa". Do Xangô, só resta um desenho do Anísio Campos, que pode ser visto neste tópico.

[gtx]

houve um quase protótipo do xangô; plataforma encurtada, torres do mac pherson reduzida para baixar a altura frontal, mas o anísio campos, encarregado do projeto e construção quebrou um braço e, durante o afastamento, chegou a chrysler e sucateou o quase protótipo. depois quis fazer outro, mas é história paralela

[Leon]

Rusiq, lembrei-me de sua comparação Sunbeam Alpine x Ventania e resolvi analisar a lista dos Sunbeams registrados no Renavam. Dentre os fabricados entre 1959 e 1968, há apenas dois no Brasil, ambos na cidade de São Paulo, um 1966 registrado como IMP/SUNBEAM e outro 1967 como I/SUNBEAM TIGER MKIA CON.

[rusiq]

Leon, este é um SUNBEAM TIGER MKIA CON. Foi fabricado de 1964 a 1967 e utilizava (originalmente) um motor Ford V8 260. O carro que encontraste não poderia ser o fornecedor do molde da carroceria, pois é mais novo que o Ventania, mas lembre-se, em 1964/65 não tínhamos Renavam e o possível doador já era.
Do carro encontrado, poderia-se tirar um molde e reproduzir o Ventania...

A história se repete...
Fim de produção
A produção do Tiger começou em 1964 e foi interrompida na aquisição da Rootes pela Chrysler, em Junho de 1967. A Chrysler não admitia vender um carro com um motor produzido pela Ford, mas não tinha um motor compatível para substituí-lo: todos os motores V8 da Chrysler tinham o distribuidor posicionado no fundo do motor, ao contrário dos motores V8 da Ford, que tinham o distribuidor montado na frente do motor. Era impossível colocar um motor Chrysler no espaço reservado ao motor do Sunbeam, conseqüentemente, o Tiger morreu.

[rusiq]

Em Domingo, 2 de Outubro de 2016 4:55, GTX escreveu:

Ventania, a continuação.
Por Roberto Nasser

Todos se lembram, a Simca fez um carro promocional, spyder, linhas limpas, atribuídas ao anísio campos, sem ser. utilizava plataforma chambord encurtada e mantinha o rolling chassis - estrutura, motor, transmissão, suspensão. marqueteiro, o chico landi então recém chegado à empresa, escolheu data para levar o automóvel ao ex-antigo e ora desaparecido autódromo do rio, na barra da tijuca. coincidia com data reservada pela nascente equipe Jolly-Gancia, representante de Alfa Romeo. atriz norma benguell também foi. jornalistas, avisados, apareceram. o suplemento semanal de O Globo deu capa colorida e deflagrou o assunto.
 
seu chico dizia ser série contida, especial para o departamento de competições e, após, com chances de produção. acreditávamos em tudo.
 
fez-se um carro limpo em linhas, enxuto, nada a mais, correto. no dia da apresentação fez mais presença estática, pois com ele andando no circuito jayme silva não conseguiu melhorar o tempo de dona lulla gancia, mulher do piero, executivo do negócio, dirigindo sedanzinho giulia 1600.
 
depois, ao apagar das luzes da simca, com normal benguell fez uma das histórias do filme "as cariocas", baseado em texto do sergio porto, humorista fino sob o apelido de stanislau ponte preta. outra foi ilustrada por chambord '66 tufão, e o roteiro ainda enfiou uma demonstração do "cirquinho da simca", aquele negócio de fazer estrepolias em duas rodas. citação é para indicar um de seus apelidos, com o nome da profissional do cinema.
 
fim da simca, carro licenciado, foi vendido a roberto gómes, dito roberto argentino, corredor com carros da marca. demorei para encontrá-lo. viuvo, mudara-se de endereço e telefone. achado, outro detalhe. idoso, morador em s paulo, tinha medo de sequestro. para entrevistá-lo, uma mão de obra, motivando encontrar pessoas que o conhecessem e a mim para avalizar-me e afastar a imaginada barreira do risco.
 
finalmente concordou, fui à capital paulistana, e nos encontramos num café, o perto do Corpo de Bombeiros, cercanias do aeroporto de congonhas. papo agradável, complementar entre duas gerações, mas do ventania apenas poucas informações: comprara-o; colocara motor forte de emi sul. não teve bom resultado em corridas, e resolveu melhorar a aerodinâmica, transformando o cabriolet em coupé. abandonou-o por sabotagem numa corrida.
 
não tinha registros formais da venda do carro, e não se lembrava da ocasião ou do comprador. a placa de licença, com sete algarismos, não mostrava ter sido substituída pelas alfa numéricas amarelas. coincidentemente encerrava-se um ciclo do automobilismo brasileiro, e os carros da geração passada - exceto o Willys Bino e o Regente de Breno Fornari foram últimos remanescentes. daí o interesse por um conversível-tornado-cupê, ex carro de corrida, tenha arrefecido inteiramente.
 
avisei a meia dúzia de pessoas estar interessado na história e conhecidíssimo  jornalista do ramo me ligou para dizer tê-lo visto em garagem, num cruzamento de bairro então distante e agora da moda. fonte do ramo, esperanças decolando, fui lá. das casas descritas, nada. há 20 anos apenas edifícios. ninguém de nada sabia.
 
recentemente comentei com um colega do grupo simca, pesquisador incansável, e logo me apareceu com relação de herdeiros e telefones. parecia, daria liga. escolhi um, médico, e pedi auxílio a outro membro do grupo, também facultativo, para solicitar atender a um telefonema meu. curiosamente a tal possível fonte remanchou, esquivou-se mas, finalmente, ante a sobriedade e a densidade profisssional do colega, acedeu.
 
frustrante. nada a ver. não se lembrava do carro e disse peremptoriamente nunca ter estado na vizinhança.
 
a pesquisa continua, e na balança das esperanças nunca ouvi informação definitiva sobre alguém tê-lo visto ser reformado, desmanchado, escrapeado. na regra de possibilidades do entusiasmo antigomobilista, é caso assemelhado ao protótipo cometido pelo ricardo achcar, aplicando motor aquilon entre eixos a uma berlinette willys: a teoria do copo com água pela metade está meio cheio - e não meio vazio.
 
nos eua apostaríamos num bar find, um achado de celeiro. aqui, menos mas com possibilidade de repousar em alguma garagem, canto de pequena oficina, lugares assim. a messe continua. alguém que saiba, pf diga. nosso intimorato pesquisador e eu mantemos interesse e disposição em encontrá-lo.
 
ps. fontes usuais, de época, jayme silva, toco, carlos calza, desconhecem paradeiro.

[Leon]

Rui, lembrei-me de um sujeito que no final dos anos '70 comprou um conversível importado: na minha memória, seria um Triumph; mas, confrontando com fotos, acho que era mesmo um Sunbeam.

Mas o que me lembro melhor é que era um carro bem pequeno e que estava com motor de Chevette.

Pelas poucas fotos do Ventania, tenho a impressão de que seria um carro maior. Não poderia ele ser inspirado no Lancia Flaminia? Tem até o scoop...

[Leon]

Ou com a frente enxertada do Flaminia Zagato Sport?

[gtx]

leon,
o esportivo enxertado possivelmente seria um triumph mk2 importado pela sucessora da goldwin & coccoza  ....., depois assumida pelo grego, ford. ficava na consolação, em frente ao cemitério. trouxeram boa quantidade e, sem reposição, quando tinham problemas - em especial o câmbio e seu overdrive - aplicava-se a panacéia para estes carros: motor e câmbio de chevette.

o ventania tinha maior porte, e pessoalmente prefiro seu desenho limpo, com cara de italiano, tomada de ar era mania naquela época, funcional ou não, como no caso do brasinca.

[Leon]

Isso mesmo, GTX: tinha lembrança de que toda a "dianteira" basculava para acesso ao motor, que agora confirmei consultando fotos. Então era mesmo um Triumph mk2, provavelmente Spitfire.

[rusiq]

Leon, o Ventania não era grande, na verdade era pequeno. Tinha um entre-eixos de 2,25 m contra 2,09 m do Abarth Simca, 2,10 m do Interlagos e 2,185 m do Sunbeam Tiger.
  FICHA TÉCNICA
  Carroçaria de Fiber-glass incorporada à plataforma, formando um só bloco; duas portas; descoberta.
  Motor: refrigerado à água, de oito cilindros dispostos em V, com válvulas na cabeça e comando no bloco, modelo Emisul. Potência máxima de 182 HP DIN a 5 800 rpm e torque de 23 m/kg a 3 500 rpm.
Posição dianteiro.
  Transmissão de quatro velocidades à frente tipo ZF; embreagem monodisco a seco.
  Entre-eixos - 2,25 m.
  Altura - 1,16 m.
  Bitola dianteira - 1,37 m.
  Bitola traseira - 1, 34 m.
  Peso - 860 kg.
  Velocidade estimada - 240 km/h.
FONTE:  "O GLOBO - Suplemento Automóveis.Aviões.Lanchas" Ano I n. 6 JULHO - 1966
(O texto completo esta na página 3 deste tópico)



* Leon, esta revisão é necessária, pois afirmei que o Ventania era um carro esporte pequeno e nada disse  sobre a "Lancia Flaminia Zagato Sport" que vc citou.
A Lancia, este sim é um carro grande, com um entre-eixos de 2,52 m contra 2,25 m do Ventania. São 27 cm (ou 270 mm) de diferença. Não estou citando a outra Lancia Flaminia, pois ela é ainda maior.
Se, na época eles tivessem utilizado o chassi do Talbot, que citei anteriormente, o Ventania teria 2,49 m de entre-eixos, facilmente alteráveis.

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Texto do Jornnal do Brasil:

[gtx]

rusiq, belo resgate. como se vê, de esportivo o carro tinha pouco. mais leve e aerodinâmico foi apenas 3 segundos mais rápido que os emisul.

[rusiq]

Gtx, e de carro de corrida, para substituir as Abarths, ele não tinha nada...

gtx: "fui à capital paulistana, e nos encontramos num café, o perto do Corpo de Bombeiros, cercanias do aeroporto de congonhas. papo agradável, complementar entre duas gerações, mas do ventania apenas poucas informações: comprara-o; colocara motor forte de emi sul. não teve bom resultado em corridas, e resolveu melhorar a aerodinâmica, transformando o cabriolet em coupé. abandonou-o por sabotagem numa corrida".

???

[gtx]

??? no idea.

primeiro movimento do espéculo, aumente a foto para ver a nacionalidade dos outros veículos. o penteado do rapaz parece inglês. mas definitivamente não se trata do ventania/norma bengell, até pela altura de sav.

[rusiq]

Gtx, o que é "altura de sav"? Quanto ao penteado, discordo de ti...

[gtx]

altura livre do solo em sport athletic vehicle

[Leon]

Observando a foto, parece-me ser um carro menor que o Ventania, com diferente recorte das portas e com rodas que me parecem ser de oito raios com dupla furação. Chamam-me a atenção o escape junto ao pneu traseiro (deve ser para aquecê-lo melhor...), a cambagem positiva na traseira e a "saída de ar" no paralama dianteiro (ou seria apenas um adesivo?).

Penteado? Há muito tempo tive uma franja assim, algo impossível hoje... ;(

[rusiq]

Gtx e Leon, recebi e postei a foto anterior sem mexer em nada. Esta que estou postando foi (re)mexida por mim, sem levar em conta as medidas originais.



Gtx, não descobri quais carros aparecem ao fundo. Devido aos pneus que foram montados no carro a altura livre do solo esta exagerada.
Leon, provavelmente a colocação de uma capota fixa alterou a estética do Ventania. O recorte da porta é outro, pois com a porta original ninguém entraria no carro com capota. Saída de escape na lateral era normal antigamente e também foi utilizada no Tempestade. A cambagem não é positiva, é o carro que esta desalinhado. A saída de ar na lateral, provavelmente foi feita para auxiliar na refrigeração do motor...
Talvez este carro não tenha nada com o Ventania, mas se tiver, a carroceria, depois da coluna B, foi bastante modificada.
Uma coisa interessante é a posição da tampa de abastecimento: esta no local correto, levando-se em conta os boxes de Interlagos.
Gtx, veja o estrago que faz a montagem de pneus maiores em um simca.

[gtx]

curioso este simca, com o friso reto e horizontal. pela ausencia de cromado na coluna b deve ser versão pobre na frança.

[Leon]

rusiq, você que consegue descobrir fotos raras, poderia tentar mais uma?

Estou tentando delimitar a época do desaparecimento do Ventania: nas pesquisas, vi que o Roberto Argentino Gomez correu com "protótipo Simca" as 100 Milhas de Interlagos de 1967; tempos depois, foi trabalhar na Lorena, passando a competir com esses carros.

As palavras "Roberto Gomez" e "protótipo Simca" (nº 28) voltaram a compor a mesma frase (e pela última vez) em relação ao Festival de Velocidade de Interlagos, que aconteceu em 15/3/1970.

A menção subsequente a "protótipo Simca" surge em reportagem sobre a classificação para as Duas Horas de Interlagos, competição que aconteceu em 19/7/1970, tendo como piloto o velho Militão Mena. Mas seu nome não consta no resultado final.

Militão Mena aparece em outra prova, as 250 Milhas de Interlagos, em 9/8/1970, em parceria com Zoroastro Avon com "Simca 2.500" (nº 52). Mas localizei menção de que o carro seria um protótipo estranho (Ventania ou uma carretera?).

Entonces, se você localizar fotos dessa três provas (o que já tentei, sem êxito), talvez possamos visualizar o Ventania; tentei contato com familiares santistas do Militão Mena, sem nenhum retorno.

[rusiq]

Leon, a foto que procuras deve ser esta.



Tem uns 2 anos comigo e nunca soube dizer qual era o louco que ainda corria de simca, em Interlagos, nos anos 70.
O carro que ira ultrapassar o "simca protótipo" é o Elgar GT, de Brasilia.