MARCELO - Postado em 17/02/2005 22:31:00 - ForumNow
Pessoal, mais uma vez a minha família Simca aumentou. Outro sonho antigo, uma Jangada Emi-Sul. Apareceu em Tupã, interior de São Paulo, descoberta pelo Rubens Hay. Foi comprada em Brasília no dia 05/02/67 pelo sr. Creso Villela, série 50.692. Em 04/11/71 foi vendida para Sandoval Tonelli, em Penápolis/SP. E há uns 12 anos estava em Tupã, parada.
Cor pincipal: azul (marcassita, provavelmente esse é o nome correto), cor secundária: azul escuro. Interior: vermelho. E o que é pior: original de fábrica, para minha surpresa. Tornou-se o patinho feio da casa, mas, dizem, quem ama o feio bonito lhe parece. Venho repetindo isso, pois acho que a re-estilização feita pela Simca tornou o carro muito feio, embora indiscutivelmente mais moderno para a época.
Lado ruim da coisa: preço e motor de opala, que vai ficar pouco.
Dilema: eu não queria mexer no interior que, à exceção de alguns remendos nos bancos, é de fábrica. Estou tentando me acostumar com o contraste do azul com o vermelho. Mas como deixar o carro com buracos nos bancos ? Vai ser difícil achar um material igual para compor, se alguém tiver facilidade por favor me ajude. Tem até a capa do estepe e o banco "lá do fundo", sucessor dos 2 tradicionais banquinhos da Jangada até o modelo Tufão.
Sorte: o porta-luvas não abria, por isso o Rubens Hay não viu e não pode capturar o manual do proprietário (um dos poucos que eu não tinha) e o carnê de garantia/plano de manutenção do próprio carro. Veio também a famosa bolsinha que os envolvia, trazendo até o manual do rádio, que veio de fábrica.
Em breve colocarei no site as fotos dela, e também as fotos dos outros meus carros que estão faltando.
Um abraço a todos.
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norian - Postado em 18/02/2005 17:44:00 - ForumNow
Marcelo
Parabéns por mais este "filho" e como todo filho, parece que esse vai te dar preocupação. Após o "filho" ser criado, educado e encaminhado, a satisfação é muito grande. Vá em frente que voce chega lá.
Quanto aos buracos do banco, na minha tem um no banco dianteiro, como não estava faltando pedaço, o tapeceiro colocou por baixo uma pedaço de curvim marrom e colou no trecho que estava rasgado e após isso colocou uma capa de plástico transparente para proteção, como voce viu. No início não dava quase para perceber o remendo, só que depois, após tanta gente trabalhar dentro do carro, parte descolou e devo refazer esse serviço agora. Vale a pena deixar original.
Gostaria de ver as fotos dos seus carros no site.
Mais uma vez, parabéns.
PS - Se não houver mais espaço na garagem, me avise. (risos)
Abraços
Norian
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MARCELO - Postado em 21/02/2005 08:35:00 - ForumNow
Grande Norian, essa sugestão de colocar um remendo por baixo é muito boa, eu não havia pensado nisso. Vou começar a procurar um plástico parecido ou, até quem sabe, fazer o que fiz na Jangada Tufão. Depois de procurar por anos, muito, mas muito mesmo, desisti de achar um plástico parecido com o original, então mandei fazer em couro (a parte interna do estofado) em gravação mais ou menos parecida - na realidade, menos, mas foi o que de melhor achei.
O problema do interior da nova Jangada fica mais ou menos resolvido com essa sua sugestão. Você ganha, em troca, o direito de preferência para ficar com ela. Mas, conselho de amigo, não espere por isso. A garagem realmente está pequena, então a solução vai ser começar a fazer outra garagem, cujo projeto já está pronto. Tenho usado a garagem do vizinho durante a semana, já que ele só vem para cá nos finais de semana. Isso já ajuda.
Atualmente, o site mostra fotos das minhas Jangada, Présidence e até de uma Chambord 65 que, burramente, perdi, deixei acabar. Mas em breve vai mostrar as fotos dos outros.
Um abraço.
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gtx - Postado em 21/02/2005 16:37:00 - ForumNow
marcelo,
andei lendo seus correios eletrônicos anteriores. trabalho, dificuldades com construção, condomínio, ações, tribunal, falta de tempo... Andava tão condoído, que contei sua história para o caseiro do meu pedaço de terra. Ele ouviu compungido. Mas o cavalo, velho amigo, o eqüino não suportou a carga que
desconfortos que incidem sobre você, e caiu no choro... Foi tristíssimo.
Agora, vem você dizer que comprou um Jangada EmiSul diretamente ao Rubem Hay? Com certeza custou mais que duas mãos de mel coado e uma cuia de farinha.
Assim, os leitores deste sítio se colocam em dúvida. Ou você, coerentemente pelas histórias que contava, perdeu o ciso e empenhou as calças, comprometendo o futuro, ou és, não vou dizer mentiroso, mas alguém que flexibiliza a verdade ao seu bel-prazer.
Engane-nos, que gostamos. Ou, como disse o Sarney dias atrás: chega de obras, queremos promessas!
Creso Vilela instiga minha memória. Vou lembrar quem é. Mas não me lembro de Jangada '67 com esta combinação de cores - apenas as anteriores.
Quando ao estofamento, resista à tentação simplista e mantenha o original. Mais vale um revestimento roto, porém original, que um em couro Connolly, não original.
Pelo que entendo nova aquisição vai consumir seu tempo, e assim você não poderá se dedicar à atualização do sítio.
Sucesso Nasser
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MARCELO - Postado em 23/02/2005 08:01:00 - ForumNow
Grande Nasser, você merece uma estátua neste fórum, vou providenciar. Por sua causa é que sempre venho aqui pela manhã, para rir um bocado com as suas tiradas e começar bem o dia.
Fico treinando as mentiras para quando, e se, voltar a alterar o meu estado civil. Você ainda não percebeu que a minha interminável choradeira com casa, site e carros é para que eles nunca fiquem prontos, e assim eu tenha fortes argumentos para continuar solteiro ? Quanto mais carros a fazer, mais tempo de liberdade "forçada", já que restaurar carros é uma tarefa incompatível com o casamento (pelo menos como o vejo).
Com certeza essa Jangada foi a minha aquisição que custou mais bocados de mel coado e cuias de farinha. E ponha mel e farinha nisso. E pensar que já comprei Simca por um ou dois mil cruzeiros mais um rádio relógio. Mas fui vencido pelo prazo de um ano para pagar, somado ao meu antigo sonho.
Dizem que um homem não é nada sem os seus sonhos. E isso agora me preocupa, pois agora perdi mais um, já que ele se tornou realidade.
A combinação de cores não tem erro, é de fábrica. Um dos motivos que manterei o interior como está é para tirar as dúvidas que certamente surgirão. Tirando os remendos, o resto é todo como saiu de fábrica, até o carpete (sobraram pedaços). Mas o motivo principal aprendi com você, o carro vale mais da forma como saiu de fábrica (não digo pelo dinheiro). Vou ter que restaurar o volante (só tem o aro) e umas duas laterais de porta, pois os compensados estão empenados demais, podres.
O endereço do tal Creso está ilegível e foge dos padrões brasilienses, parece que a primeira palavra é "acampamento". Se quiser, faço um scanner e te envio para você decifrar. O carro foi comprado na "filial de Brasília" da Simca, esté é o carimbo. Ficava no Trecho 2, lotes 765/775 S.1.A.
Outro motivo de manter o interior original é diminuir o custo e o trabalho. Esse carro vai furar a fila e deixar o GTX por último, porque está bem mais fácil de fazer. No cofre do motor não vou fazer nada, apenas trocar o motor e refazer um ou outro fio cortado
Abraços.
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gtx - Postado em 24/02/2005 18:02:00 - ForumNow
marcelo,
mais vale a pátina do tempo que uma pintura nova e refulgente. eis a regra básica do negócio antigomobilístico.
creso vilela - não tenho memória de colunista social, mas quer-me parecer, era um dos milhares de construtores que apareceram em Brasília na fase de implantação.
Curioso ser 1 967 e vendida pela filial da Simca, que realmente funcionava no SIA, salvo engano trecho 2. Era um barracão com telhado metálico, aquilo que 'a época se chamava folha-de-flandres... Ali se fazia assistência técnica e vendia peças. O escritório ficava na galeria do Hotel Nacional. Loja pequena. Um carro atravessado no térreo, secretária e gerente de relações institucionais na sobre-loja.
Era o esquema Simca. Quem quizesse, fosse atrás.
A Simca volta e meia ficava sem revendedor em Brasília. O seu Présidence, por exemplo, foi comprado na Cibrasa. Que, logo após a visita do De Gaulle, passou os carros da frota ao Senado, dele recebendo a frota oficial de Vemag Belcar pretos. Fez ótimo negócio: vendeu os novos, recebeu os usados que bem comercializou para motoristas de praça, como se diz aí na fronteira entre Serra e Mangabeiras...
Fez os dois negócios e devolveu a revenda.
O Senado Federal, pelo fato de ter a recém adquirida frota da marca, obrigou - é este o termo que traduziu a prensa institucional - a que a montadora estivesse presente e garantisse assistência. Não era a única. A Vemag funcionou assim e a Willys também.
Quando falo em curiosidade sobre o vendedor, é porque, com certeza, a Torre Veículos havia sido nomeada em 1967 como revenda Simca.
De Creso, verei com o meu irmão, que tem a tal memória. Mas ligue com o Penildo, que deve se lembrar do carro e dono.
Marcelo, automóveis antigos e moças não são temas excludentes. E tem muito em comum, a partir da regra básica: se você souber mexer nos botões, aberturas, comandos mágicos com delicadeza, competência e constância, ambos darão muito prazer.
Outra coisa: Carro do Brasil de 21 a 24 de abril - quinta a domingo.
Atrações, facilidades como transporte gracioso. Terei cegonhas saindo de BHZ; RS; RJ; SP e SP interior. Será o melhor deles.
Programe-se, mobilize quem você achar que tem veículo, de qualquer marca, mas em excelente estado, a participar do único evento exclusivo a nacionais.
Diga. Nasser
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gtx - Postado em 24/02/2005 18:05:00 - ForumNow
ah ! Marcelo,
ligue para o Augusto: 61.273.1004. ele restaurou uma jangada ´67, que hoje se encontra no piauí. e, salvo engano, conseguiu o revestimento em palhinha.
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MARCELO - Postado em 01/03/2005 18:51:00 - ForumNow
Nasser, é muito valioso esse tipo de lembrança de época, sobre os negócios, negociatas, empresas, concessionárias, oportunidades aproveitadas e perdidas, tudo isso é muito valioso. Volto a dizer, desculpe a insistência, tudo isso tem que ser relatado em livro.
Verei com o Penildo sobre o carro, quem sabe ele tem alguma informação interessante.
Meu irmão Roberto esteve com o Augusto ai em Brasília, fotografou toda a Jangada Emi-Sul há alguns anos atrás. Veja que o nosso sonho é mesmo antigo. O Augusto pecou em alguns detalhes da restauração. Sobre o banco não me lembro como ele fez.
Em 67 o banco da Jangada já não era palhinha. Acho que a palhinha deixou de existir com a Jangada Tufão, pois a minha 66 também tinha o interior original e já era de plástico. A minha 67 traz o mesmo desenho que a Chambord Tufão, aquele plástico com uns desenhos meio diferentes, gosto muito. O Ajambuja também conseguiu uma boa palhinha para a 63 dele.
Hoje mesmo falei sobre esse assunto com o filho do nosso tapeceiro "Artesão", Benedito Forato, que possui uma Jangada 67 e, no momento, está fazendo a Jangada Tufão do Fábio Steimbruck. Segundo o Fábio, a tal Jangada seria a Standard (pé de boi), nunca vi uma.
Sobre o Carro do Brasil: parece que vai coincidir com Águas de Lindóia. A minha escolha, infelizmente (muito), terá que ser paulista, se a data coincidir mesmo. Porque tenho peças para pegar, já encomendadas, peças para negociar (tentar comprar) e peças para procurar, tudo isso para eliminar pendências nos meus carros. De Águas de Lindóia o plano é continuar descendo com a Rallye até Blumenau, onde ocorrerá a última etapa da restauração dela: desmontar todo o banco dianteiro, dentro dos conformes, quando então poderei dar o carro por terminado (está com molas quebradas e problemas no mecanismo de inclinação). Daí pra frente, é só manutenção. O detalhe: a idéia é ir rodando, o carro está muito gostoso.
O Carro do Brasil seria um ótimo momento para lançar o seu livro ...
Por enquanto é isso.
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gtx - Postado em 01/03/2005 19:01:00 - ForumNow
marcelo,
vocë sabe qual a grande vantagem do Carro do Brasil? e que, "quem não for, sabe o que esta perdendo".
deixar de ir à maior festa de carros nacionais para ir a uma feira de peças? só voce. que sabe o que estará perdendo.
Livro. não é esta facilidade que voce imagina. finalizar, diagramar, corrigir, ajustar, fazer prova, corrigir, juntar as ilustracões, montar, corrigir, aprovar, imprimir. faltou um verbo: pagar.
escrevo em buenos aires, num teclado não formatado, como voce le.
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MARCELO - Postado em 01/03/2005 19:37:00 - ForumNow
My internacional friend, quando eu disse "muito infelizmente" não poderei comparece ao Carro do Brasil, pode acreditar que eu estava falando a verdade. Se fosse possível, eu escolheria o Carro do Brasil, pois, como já disse, sem dúvida é o melhor evento ao qual já compareci, dentro dos meus "valores nacionais". Não há termos de comparação, inclusive já trocamos idéia algumas vezes sobre a comercialização dos demais eventos.
Mas preciso terminar os meus carros, antes que eles terminem comigo. Um problema no rádio da Rallye, a borracha branca do espelho retrovisor interno da Rallye, os bancos da Rallye, os emblemas laterais da Présidence e da Jangada 66, além de outras coisas que somente resolverei comparecendo pessoalmente em Águas de Lindóia, onde encontro, em um só lugar e de uma só vez, as pessoas que vão resolver tais questões.
Realmente lamento.
Visite o site
http://http://www.topclassic.com.br/ e inscreva lá o Carro do Brasil. Tem um calendário anual de eventos do Brasil, muito bem feito e, parece, muito visitado.
Dance bastante tango em mi Buenos Aires querida.
SIMCA TEMPESTADE