Re: Simca Abarth

Posted by rusiq on
URL: http://forum-simca.191.s1.nabble.com/Simca-Abarth-tp4201028p4648544.html

Texto do Franco Patria, no MOCAMBO - Blog do Jovino, em resposta a publicação "SIMCAS ABARTHS NO BRASIL E SUAS CORRIDAS"

2 de dezembro de 2015 19:40 - Franco Patria


O churrio de besteiras elencado é robusto. Farei algumas correções em tópicos, a seguir:
Pasteur era um encostado em Poissy. Perguntaram se êle queria ir pro Brasil e êle disse que sim.
- Lê-se no seu epitáfio o mesmo que no do saudoso Pedro Aleixo - Eu, Pedro Aleixo, nada fiz nada deixo
O tal do Perrot era discípulo fiel.
Em 62, o Pigozzi vende 20% da SIMCA para a Chrysler, com put de compra do restante das ações prazo de até 10 anos.
Em 1964 o Pigozzi morre num acidente e a Chrysler exerce o put de compra da Simca e concomitantemente compra um pedaço do Grupo Rootes inglês, comprando o restante em 1967.
.Essas cagadas, são a construção da falência da Chrysler pela primeira vez em 1981. A segunda foi em 2007,quando a Mercedes já tinha se desfeito da empresa, vendeu por HUM dólar para o fundo Cerberus. Hoje a Chrysler (especialmente a marca Jeep) é a única fonte de lucros da FCA.
- Corretamente relatam a ida de Cayres/Perrot para a França, pois os carros foram vendidos pela Abarth France (as placas de identificação dos 3 carros, eu vi os três, são da Abarth France).
Foram comprados pela S.I.M.C.A francesa e cedidos em comodato a Simca do Brasil. Os carros foram importados em regime de Importação Temporária pela Simca do Brasil pelo período de um ano da data do desembarque, como reza a legislação até hoje. Nunca houve o menor problema no desembaraço dos carros quando chegaram no Brasil.
Foi apenas na saída obrigatória após 12 meses, que o Landi pediu uma liminar para estender o prazo por alguns dias para fazer a corrida no Quarto Centenário do Rio, no aterro do flamengo.
O Tempestade é fruto de um crime que foi a deformação de ums Maserati 200S do Cayres, pra levar o vetusto V8 Ford 2.3L de 1937 (feito na França pela Ford France, que vendeu toda a sua operação para o Pigozzi em 1953/4.)
O carro era uma merda, não tinha nenhum sentido e é o reflexo do que era o departamento de competições da Simca comandado pela dupla Perrot/Pasteur, que eram dois merdas, na acepção cromática, aromática e de consistência da palavra merda.
Digressões: o Abarth do Goulart era um 1000TC e não 850. Confira com o Wilsinho que correu com esse carro.
O Porsche 356 Carrera 2 de 1963 do Marivaldo, era completamente standard, com rádio inclusive e o motor de somente 130 hp.
As duas Alfa Giulia TI Super da Jolly, são ambas fabricadas em1963.
As Abarth sobravam tanto na turma da época, que conseguiam fazer corridas longas e chegar, apesar de sua extrema fragilidade pois andavam literalmente na metade do seu potencial. Era ridículo e certamente deixava a Willys (que usava carros de rallye pra correr em pista) puta da vida.
Uma Abarth tinha caixa de 6 e as outras de 4.O projeto da caixa de 6 era de um austríaco amigo do Carlo, e era uma bosta além de pesar mais do que o carro.
Os carros só corriam em dupla para que um ficasse disponível nos boxes para ser canibalizado. O estoque de repuestos era mais que limitado.
O tal do Toco, que guiava menos que o Stevie Wonder, fudeu com um dos carros capotando no S da Barra e arrebentando o motor todo. Pegaram o carro batido, alongaram o chassis e enfiaram um V8 flathead amarrado numa caixa de Kombi.
Essa era a extraordinária capacidade de engenharia da Simca do Brasil, uma vez que não havia mais verba para trazer peças pois a Chrysler já estava tomando pé na empresa. Os números de chassis estão corretos. Um carro está perto de Zug na Suíça, espetacularmente restaurado. Um segundo está em Milão com o cara que tem o carro desde que comprou em Genôva num leilão da aduana italiana em 1968, e nunca mexeu no carro. O outro, que era o esticado, foi restaurado com motor e caixa originais, mas mantida a cauda longa. Era de um dentista de Padova. Quando fui ver o carro, o cara me desenrolou um estória de que o rabo comprido era um protótipo de fábrica e por aí vai. Mandei fotos do carro capotando e da cagada que fizeram no carro para enfiar o V8. O sujeito nunca mais falou comigo.
Nunca, em tempo algum, nenhum dos três carros pisou nos EUA.
Falei há uns 8-10 anos atrás com o tal do Toco, que já estava completamente senil e por consequência, não aprendi nada com o sujeito.
-uma curiosidade: o Simca Abarth Duemila só foi feito em um período que vai de meados de 63 ao começo de 64, quando o acordo com a Simca não é renovado.
A versão 1965, chama-se Abarth Duemila e é facilmente reconhecível pelo capot dianteiro que se funde aos para-lamas e abre todo para a frente, como no Jaguar XK-E.
O carro nunca teve PORRA NENHUMA de Simca. Só se chamou Simca por acordo comercial que levou a Simca a vender os Simca 1000 de rua (aliás projeto integralmente feito pela Fiat e rejeitado pelo departamento de produção em favor do projeto Fiat 850) nas versões esportivas 1150 e 1300 modificadas e levando o nome Abarth.
Paro aqui pois sinto forte esgarçamento na tez do escroto.

Franco Patria



Notas:
1 - O acidente do Toco foi com o Abarth Simca #83 já modificado; já tinha o motor V8 Tufão...
2- O Tempestade não é fruto de um crime. A Maserati utilizada foi a 250F, do Cayres e não uma 200S. E, da 250F só foi usada a suspensão dianteira. O motor utilizado foi um V8 Tufão, proveniente  do "vetusto V8 Ford 2.3L de 1937".
Rusiq - dez 2015

SIMCA TEMPESTADE