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Situação do mercado brasileiro é desapontadora, diz GhosnValor Econômico
O mercado automotivo brasileiro está em uma "posição delicada" e a situação é "desapontadora" para todos os fabricantes, disse ontem, em Paris, Carlos Ghosn, presidente mundial da Aliança Renault - Nissan, às vésperas da inauguração do concorrido Salão do Automóvel de Paris, que abrirá ao público no sábado.
As vendas de veículos devem encerrar o ano com queda de 10%, segundo previsões. "Não há nenhuma razão para as vendas caírem no Brasil porque o número de pessoas que possuem carro no país ainda é muito baixo", afirma Ghosn.
Os mercados emergentes, em geral, estão crescendo, mas "não de maneira linear". O desempenho do Brasil contrasta fortemente com o da China, onde as vendas de carros continuam avançando. Na Rússia, outro mercado importante, as vendas estão estáveis este ano.
"O que ocorre no Brasil não está relacionado à indústria automotiva", diz o executivo, que participou de um evento para a imprensa com vários membros da direção da Renault-Nissan, realizado no elegante hotel Peninsula Paris.
Segundo Ghosn, o Brasil vive um momento específico em razão das eleições, "com muitos fatores desconhecidos". Ele acredita que o país deve voltar a crescer "quando a situação ficar mais clara". Mas ele preferiu não prever quando isso poderá ocorrer.
Denis Barbier, diretor das operações nas Américas da montadora francesa, havia declarado recentemente que o mercado brasileiro deve ficar "relativamente estável, de acordo com as circunstâncias", mas ressaltou que a retomada não deve ocorrer rapidamente.
Ghosn destaca que isso não atrapalha os planos da empresa no Brasil, já que a montadora, afirma ele, não está com excesso de capacidade produtiva no país. "Não temos tantas fábricas nem tanta capacidade de produção no Brasil", destaca.
Apesar da crise atual, o principal executivo da Renault-Nissan se mostrou confiante com o país. "Não tenho dúvidas de que o mercado brasileiro irá crescer. Há potencial porque o Brasil está abaixo da média em termos de número de veículos por habitante", afirmou
A Renault não tem planos, segundo Ghosn, de reduzir investimentos ou limitar o volume de lançamentos no Brasil em razão da atual má performance do setor. "Estamos todos preocupados com o Brasil porque o país não deveria estar em crise, ele deveria estar crescendo e não está", disse Ghosn. "Mas não temos uma participação que nos coloca em uma situação em que teríamos de reduzir nossas atividades".
Ghosn afirmou também que o carro de baixo custo que vai ser produzido na Índia a partir do próximo ano e que custará menos de € 5 mil (cerca de R$ 15 mil), fabricado com o sistema de sinergias entre a Renault e Nissan (peças e componentes comuns) também deverá ser lançado no mercado sul-americano.
O executivo declarou ainda que o crescimento do setor automotivo mundial está sendo liderado pelos Estados Unidos, o "primeiro país" onde as vendas já ultrapassaram os níveis de 2007, antes da crise financeira. O mercado europeu, onde a retomada ainda é lenta, deverá voltar a registrar crescimento em 2015, disse Ghosn, que preferiu manter segredo até amanhã sobre os lançamentos no salão parisiense. (Valor Econômico/Daniela Fernandes)

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