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De Dana, PC, e da solução Simca de utilizar corridas como laboratório dinâmico
Luxuoso, imponente, impactante com suas linhas estadunidenses, logo após ser lançado ao início de 1959, os Simca Chambord criaram imagem de veículos fracos e cheios de fricotes operacionais. Era a constatação de dúvida sempre existente: existiu a série inicial de 47 unidades, precursora para avaliações e adequações ao novo mercado onde a marca francesa abria em pioneira produção tropical ? ou era bem menor – meia dúzia de três ou quatro ? os avaliadores estavam mais preocupados em descobrir as curiosidades e peculiaridades nacionais ? as sugestões de mudança não foram acatadas para a produção ?, ou a então nascente indústria de auto peças não oferecia auxílio rápido ?
Questão básica, a frota de avaliação não era de tantas unidades, mas de meia dúzia de três ou quatro, relata Roberto Nasser em seu inédito livro “A Simca no Brasil 1959 – 1969, Uma rica aventura tropical“. Nele, por pesquisas e entrevistas, a conclusão óbvia da inexistência de tal volume.
Um dos problemas principais do Chambord estava no motor, a má vedação dos anéis de segmento dos pistões, gerando perda de compressão, aumento no consumo de óleo lubrificante, rendimento preguiçoso, fumaça e, no extremo, quebra dos anéis de segmento. Consequências, danos ao motor e à imagem do veículo. Entretanto não eram usuais nas primeiras unidades, do ano modelo 1959 – o milésime 59, como diziam os franceses empregado vocabulário de vinhos – e nos veículos dos primeiros meses de 1960.
Ficou caracterizado, o problema estava nas primeiras unidades. José Jorge, colecionador de compressores, hábil restaurador a partir de Campinas, SP, conta, teve um dos Chambord com motor francês, elogiando-o. E diz, como testemunha do problema, a questão estava na incompatibilidade entre as durezas dos metais do bloco do motor e dos anéis, gerando excepcional desgaste.
Caminho
O problema não foi resolvido sob o teto da fábrica, mas fora, e por dois vetores: a indústria de auto peças e as corridas de automóveis. No caso específico, a opção da Simca em transformar corridas em parte formal do desenvolvimento de qualidade.
José Fernando Martins, o “Toco“, então recém contratado como auxiliar de Jayme Silva no departamento de testes da empresa relata, foi com Ciro Cayres, promissor piloto admitido pela montadora para integrar sua equipe de corridas, parte da área de desenvolvimento, a encontro com amigo deste, engenheiro da fábrica de anéis PC. Era a Perfect Circle, empresa de auto peças, não fornecedora da Simca, depois integrada ao grupo Dana.
Contaram o caso. O engenheiro examinou as peças, motor, pistão, anéis, e deu a solução: mudar o desenho dos anéis, aplicar tecnologia atualizada, material melhor, mais atualizado, com maior profundidade, maior flexibilidade. A PC faria uns jogos para teste, na mesma composição dos anéis fornecidos aos motores diesel Scania, então montados pela Vemag – a fabricante local dos valentes alemães DKW.
Resolveu o problema. A partir daí, o caminho assumido para utilizar experiências colhidas nas corridas permitiram aperfeiçoar especificações foi ampliado. E dele surgiram muitas mudanças. Do material das rodas; relações do diferencial; novas curvaturas para os dutos de admissão e escape; radiadores maiores; aumento de diâmetro dos pistões e, até, de curso no virabrequim, no motor Tufão. As experiências com as corridas e o entrosamento com a indústria de auto peças produziram motores e veículo muito superiores em construção e tecnologia relativamente ao modelo francês.