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rusiq on
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Tio Lin - Postado em 14/11/2007 06:01:00 - Forum Now
Olá, Pessoal.
Não sou muito ligado em modelos de competição, mas o assunto deve interessar-lhes.
Trata-se de uma certa berlineta construída por Ricardo Achcar, equipada com motor Simca V-8, que atende por vários nomes, entre eles Santa Fúria / ESAB OK.
Veja algumas informações e fotos em:
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http://mauriciomorais.blogspot.com/2007/04/memrias-de-um-piloto-construtor-pessoal.htmlAbraços.
Tio Lin
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Tio Lin - Postado em 14/11/2007 06:11:00 - Forum Now
Esta é uma foto extraída da revista Auto Esporte.

E esta achei num livro, História do Automóvel.

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Grecco - Postado em 14/11/2007 11:19:00 - Forum Now
Lin, só para informação, acho que o Esab OK não tem nada a ver com o nome do carro.
Esab é o nome de um fabricante internacionalmente conhecido de eletrodos e máquinas para solda, e o OK é um tipo específico de eletrodo fabricado pela Esab.
Está mais para patrocinador do que para nome propriamente dito.
Abraço.
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Tio Lin - Postado em 14/11/2007 15:15:00 - Forum Now
É possível, Grecco.
Mas, como disse, carros de competição não são minha praia. Usei "Esab OK" baseado na legenda da segunda foto, que, além de tudo, ao veículo se referia como "Elsab OK".
Como chamá-lo? Qual a denominação correta? Simca Interlagos?
Com a palavra, os experts!
Abraços.
TL
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gtx - Postado em 14/11/2007 21:50:00 - Forum Now
fui a umas corridas no antigo autódromo do rio - o primeiro, não este travesti despido pelo prefeito césar maia. de mãos dadas com o marcelo, eis que mamãe só deixava o seu querido petiz sair com o marcelo, que já era um promissor rapazinho. daí, tão modesto quanto prodigioso em memória, em verdade vos digo:
o motor era um emi sul, entre eixos. tocava uma caixa colotti de 4 marchas, com tudo adaptado para padronizar as rodas de aro 13"aplicadas na estrutura da berlinetta. tinha tudo para dar certo, incluindo a relação peso potencia. o carro devia fazer uns mínimos 170 hp e pesar na ordem máxima de 750 kg.
o problema é que necessitava de acertos, e de harmonia pelos novos pesos e sua distribuição. estes não eram feitos porquanto o automóvel superaquecia. só ao final de sua curta vida, e com o prodigioso aschar abrindo caminho para dirigir na europa, é que descobriu, o motor engolia pouca água, o que parecia motivado pelo desnível entre radiador e motor.
não se pense que o aschcar fosse um primata da mecânica. muito pelo contrário, inteligência estelar, sofreu o que muita gente boa passou. só para citar, todos os jaguar XJ series two, tem este problema, sanado apenas com a colocação de depósito adicional de água acima do nível da tampa do radiador.
quanto ao nome, esab ok era uma fábrica de eletrodos de solda, possivelmente atraída pelo canto de sereia árabe do brimo aschcar, um sujeito brilhante no que fazia. o carro se chamava Santa Furia.
Tempos depois, quando eu já era pouco mais que promissor rapazinho - e marcelo, aritmeticamente mais erado, composta autoridade judiciária em Minas - em homenagem ao brimo aschcar, seus projetos e planos frustrados por uma bobagem como este desnivelamento, batizei minha primeira fazenda de Santa Ira - e o pior é que os vizinhos goianos estranhavam. nunca haviam falar desta santa. mas respeitavam.
grandes e romanticos tempos. obrigado marcelo
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gtx - Postado em 14/11/2007 22:02:00 - Forum Now
pelo direito à correção.
o motor não era emi-sul e por isto não teria estimados 170 hp. era um tufão na linha máxima de equilíbrio performance versus durabilidade. coisa de 145 hp, como o do carro do anísio e celidônio.
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rusiq - Postado em 18/11/2007 15:57:00 - Forum Now
Assunto:
Santa Fúria“Vem quente que eu estou fervendo”Como eu já era conhecedor das mazelas do enchimento do circuito de água da Berlinetta, caixa de compensação e uma multiplicidade de sangradores estavam instalados no sistema de arrefecimento. O termo sifão da Vemag (DKW) era uma lição completa sobre arrefecimento.
Foi por estas e mais algumas que eu determinei do alto da minha engenharia que utilizaríamos um radiador de colméia celular da Bongotti. Não sei se todo mundo sabe, não custa mencionar. Na colméia celular a decantação da água se faz num percurso em diagonal aproximadamente 30% maior do que na queda vertical. Calculando os oitos cilindros, cilindrada, cabeçote plano e circuito em geral, eu estimei que com segurança 11 litros dariam cabo da questão, especialmente pela bomba do motor que era poderosa e o radiador suportava alta pressão. Isto me permitia colocar uma tampa de radiador de 113 libras. Vamos de experiência 3=6.
Adiante, no autódromo, ...
De repente, não que a morte se pronunciasse, mas era meio como. Bumba, a mangueira superior de saída do motor se soltava do radiador. Podia ser a mangueira inferior. Mas não dizia a morte! Tem que ser a de cima que é mais quentinha. E o meu cangote era premiado com um jato de vapor, água e berro de motor, tudo quentinho.
Aí, estava na pista aquele insolente jornalista. Na terceira mangueirada que eu levei o nome ficou. “Vem quente que eu estou fervendo”.
Passaram-se quatro anos mais ou menos.
Uma noite, sem saber porque, entrei no nosso Box e encontrei o Antônio namorando um pistão embevecido. Tirei-o da letargia, cara doente, e dei-lhe o que eu chamo de ordem. Não sei porque, mas ele me atendeu. Acho que ele também não sabe porque, mas o Antônio lia os meus instintos coisa que eu não sabia fazer. “Tira esse radiador que eu quero ver uma coisa”. Silencio e execução. Fiquei preocupado. Antônio retirou o radiador botou na bancada e olhou para minha cara. “Pega essa garrafa de litro e enche essa coisa.” Antônio, ainda calado, encheu. Deu 7 litros.
Fechamos o Box e fomos para a Montenegro, hoje Vinicius de Moraes, no Garota de Ipanema. Tomamos todas e eu ouvi a noite toda resignado repetitivos impropérios com o peso gutural daquela boca cheia de graxa e parafusos do Ferreirinha, o maior mecânico do Brasil porque veste a camisa até debaixo da neve.
Eu ví.
Ricardo Achcar
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gtx - Postado em 18/11/2007 16:47:00 - Forum Now
falei hoje com brima achkar. escreverá um texto sobre o projeto, resultados, problemas. substituirá o que fiz para o livro, que agora percebi imperfeito.
grato por levantar o assunto. nasser
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rusiq - Postado em 24/11/2007 11:49:00 - Forum Now
Vejam também:
Ricardo Achcar Piloto e ConstrutorUm roteiro compacto da carreira do piloto construtor Ricardo Achcar várias décadas passadas compilado de fotos e filmes super 8 da época pelo seu filho Anis Roger Achcar. Desde a arrancada através do evento Formula Vê que propiciou imediato destaque como piloto independente em oposição a São Paulo com sua indústria automobilística e pilotos na sua totalidade de São Paulo dificultando a participação de competidores de outros estados menos industrializados e especialmente a perda de apogeu das prodigiosas "carreteras " vitoriosas do Rio Grande do Sul, Ricardo Achcar no primeiro teste com a presença e participação de muitos pilotos de renome no autódromo do Rio de Janeiro marcou tempo melhor. Venceu ainda com grande destaque a primeira prova de rua realizada em Niterói, RJ em 1967, venceu o campeonato Carioca de monopostos deste ano e foi contratado para pilotar como representante da marca Fitti Vê dos irmãos Fitipaldi. Neste monoposto da empresa Fittipaldi, Ricardo Achcar sagrou-se campeão brasileiro em 1968 chegando e em segundo lugar José Carlos Pace o Moco e em terceiro Emerson Fittipaldi. Nesta época Ricardo Achcar com auxílio e apoio de Ricardo Barley, diretor da empresa britânica Castrol, no Brasil seguiu para a Inglaterra onde o piloto sênior Peter Arundel da Motor Racing Stables em Brands Hatch após etapas de teste na escola de pilotagem a pedido de Ricardo Barley concordou em fazer um teste contra Ricardo Achcar usando o sentido contrario da pista de Brands Hatch em carros da escola Lotus 51 de escolha livre. Se Ricardo Achar ficasse a dois décimos do melhor tempo de Pete Arundel, este escreveria uma carta de autorização para liberação de uma carteira internacional Inglesa para Ricardo poder competir sob regulamentação da FIA o que era proibido para os pilotos brasileiro devido a disputa entre a Confederação Brasileira de Automobilismo e a Federation Internationale de L'Automobile pelo comando do esporte motor no Brasil como era tradicionalmente administrado pelo Automóvel Club do Brasil afiliado e reconhecido pela FIA. Essa briga valeu vários anos de impedimento e participação quer de estrangeiros no Brasil e brasileiros fora do país. A obtenção da carteira de piloto internacional sob a bandeira do Royal Automobile CLub da Inglaterra era possível porque a carteira do piloto não lhe é dada pela nacionalidade que detém porem o clube que defende. Ricardo Achcar era profundo conhecedor do regulamento internacional e se valeu nesta oportunidade para de posse de uma licença regular da FIA, ser aceito numa prova internacional em Oulton Park na Inglaterra tendo alugado um formula Ford Merlyn de Dennys Rowland e vencido a prova. A partir daí a briga nacional tinha que terminar ou assistir a uma evasão de pilotos brasileiros competindo sob outras bandeiras do mundo. De piloto a construtor a carreira de Ricardo Achar pode ser acompanhada por aficionados do esporte motor numa lembrança do foi capaz um piloto independente que nunca teve qualquer suporte por parte de fábricas, equipes ou qualquer outra ajuda que não fosse sua competência em arrumar patrocínio através de vitorias. Entre outras realizações construiu o primeiro e único carro de competição monocoque em chapa aeronáutica da America do Sul e foi sete vezes campeão brasileiro dos construtores de carros de competição brasileiro. Construiu ainda muitos carros fora de série e é especialista em geometria de suspensão e reconhecido com um acertador de carros de superior qualidade.
Vídeos:RICARDO ACHCAR - PILOTO & CONSTRUTORRICARDO ACHCAR - DO SANTA FÚRIA AO PATO FEIOOutros:Esta no Blog do Maurício:O
Simca-Achcar também conhecido como
Santa Fúria, foi inspirado na Lola Ford creio que de 1964 de cor azul noturno e que foi muito replicada em miniatura e que justamente me serviu para fazer escala para o Simca-Achcar. De fato, se não me engano, a Lola Ford foi a precursora, ou melhor "chamada" da Lola para que a Ford colocasse o nome NA FRENTE com o Ford GT40. Creio que deste fato surgiu a ligação forte da Lola com a Ford e o sucesso de Le Mans.
Ricardo Achcar

SIMCA TEMPESTADE